Desde os primórdios da humanidade, nós aprendemos desde cedo a contar ou ouvir histórias. Narrávamos nosso dia-a-dia, contávamos de nossas caçadas e histórias de deuses e lendas. Passávamos através da oratória ensinamentos, cultura, crenças e conhecimento.

Em Vampiro a Máscara ou qualquer outro RPG, nós trazemos de volta esses hábitos de oratória e contação de histórias com o diferencial onde os jogadores viram personagens ativos e participativos em tempo real. Nos jogos de interpretação de papeis os jogadores encenam historias guiados por regras e logica do jogo, onde a limitação é a imaginação do jogador e do narrador.

Mas não se preocupem, se você nunca jogou Vampiro a Máscara ou qualquer outro RPG, eu estou aqui para te guiar nesta aventura. A regra de ouro que você tem que ter em mente como narrador é QUEBRE QUALQUER REGRA PARA QUE O JOGO SEJA DIVERTIDO PARA TODOS.

O papel do narrador é contar a história e para isso ele tem total liberdade para ambienta-la em qualquer momento histórico da humanidade, ele pode alterar fatos históricos conforme a necessidade. Eu mesmo narrei uma história que o objetivo dos jogadores era matar o Fidel Castro, aquele mesmo de Cuba, e quando conseguiram, mudaram o rumo da humanidade.

Em Vampiro a Máscara, o jogo é ambientado no nosso mundo, ou seja, use todo conhecimento que você tenha da arquitetura, geografia e história daquele lugar que você vai colocar seu jogo. Quanto mais detalhes, mais rico ficara sua narrativa. Um bom narrador sabe beber de fontes que tenham a ver com o que pretende fazer, veja filmes, leiam livros, assista desenhos, series e tudo o que você puder.

Entenda as regras do jogo, estabeleça um diálogo com seus jogadores, sinta o que eles querem, suas expectativas, saiba negociar e impor regras. Um narrador tem que saber descrever bem o que está acontecendo, aonde está acontecendo, o clima, cheiros, ou seja, tudo que envolve aquela cena. Você deve manter o equilíbrio entre uma boa narração e o livre arbítrio dos jogadores, você vai descrever um cenário com um objetivo e seus jogadores vão fazer algo totalmente contrário, tenha paciência e pense em estratégias.

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Importante lembrar que você está narrando um jogo de horror pessoal, ou seja, descreva em detalhes o peso da existência daquela criatura, da sede por sangue e do que o jogador vai ter que fazer para suprir essa necessidade. Não tenha medo de levar seu jogador a extremos narrativos, onde precisara fazer escolhas que vão impactar na humanidade dele.

Um homem é sempre um contador de histórias. Ele vê tudo que lhe acontece através delas. E, ele tenta viver a sua vida, como se estivesse contando uma história. Jean Paul Sartre